sábado, 26 de dezembro de 2015

O Desafio de Ferro (Magisterium #1), de Cassandra Clare e Holly Black

Título: Magisterium: O Desafio de Ferro
Título Original: Magisterium: The Iron Trial
Autor(a): Holly Black e Cassandra Clare
Editora: Novo Conceito (Selo #irado)
Páginas: 384
Onde Encontrar: Livraria Saraiva - Livraria Cultura - Extra - Submarino
Avaliação: 

Com a promessa de tornar-se uma das próximas grandes sagas de livros infanto-juvenis, Magisterium, composta por 5 livros e escrita pelas incríveis Cassandra Clare (Os Instrumentos Mortais e As Peças Infernais) e Holly Black (As Crônicas de Spiderwick e A Garota Mais Fria de Coldtown), chega com um enredo bastante profundo, misterioso e repleto de magia. Não há como negar que um projeto desses; escrito por duas gigantes da fantasia adolescente, não gere uma ansiedade. Eu mesmo, fiquei bastante impaciente pela leitura e posso afirmar que foi uma aventura incrível.

Com um prólogo bastante interessante e atraente, que dá tom a história e ao universo onde ela vai ser construída, o leitor é fisgado e instigado a prosseguir a leitura e conhecer melhor seus personagens e que futuro os aguarda. 

O enredo gira em torno de Callum Hunt, um garoto de 12 anos que mora com o pai e sempre foi bombardeado por conselhos e avisos sobre os perigos e desgraças relacionados ao uso da magia. Isso acabou por gerar uma repulsa do garoto pelo dom que lhe é natural. Entretanto, o jovem Callum, é intimado a participar do Desafio de Ferro, uma teste de aptidões mágicas que todos os jovens bruxos devem passar para entrarem no Magisterium, uma escola onde eles serão treinados e preparados para utilizarem seus poderes. O pai de Call sempre o alertou do quão cruel é a vida dentro do Magisterium e o garoto sabe que deve falhar, sabe que deve fazer o possível para se dar mal nos testes, mas, o que todos não esperavam era que Rufus, o maior de todos os mestres, convocasse Call para ser seu pupilo. Agora, junto a Tamara e Aaron, o Magisterium aguarda Callum Hunt e ele não deverá medir esforços para sair daquele lugar; tão terrível e ao mesmo tempo incrível.
A narração em terceira pessoa evolui no decorrer do livro, mostrando bastante dos conflitos internos de Call, principalmente sua insegurança quanto às amizades, relação rara para o garoto que sempre foi taxado de esquisito pelos colegas de escola. e a deficiência que o faz mancar na perna esquerda, até então dita como uma condição de nascimento. Essa visão do livro é bastante interessante, uma vez que o torna mais próximo de grande parte dos leitores, criando uma empatia entre o real e a ficção.

As aventuras vividas dentro do Magisterium são incrivelmente envolventes. Entre as aulas e os desafios enfrentados pelos garotos no decorrer do ano letivo, há discussões que remetem a temas comuns da vida adolescente e muito mistério por trás de tudo o que cerca o Magisterium e o mundo bruxo de Clare e Black. As autoras conseguiram criar um universo simples, partindo dos elementos da natureza (que é a base de toda a magia no enredo da série), mas com todo um brilhantismo característico das grandes obras de fantasia. Os elementais, seres criados a partir dos elementos (água, ar, terra, fogo ou caos) são, ao mesmo tempo, incríveis e belos, porém envoltos em toda uma misticidade e uma crueldade na sua criação.
Algo que vale ressaltar são as polêmicas semelhanças com Harry Potter. Sempre que algo novo, envolvendo magia, escola ou um trio de amigos aparece na mídia, logo surgem as comparações. Magisterium não é algo que foi criado para ser uma cópia da obra de J. K. Rowling. É completamente errado julgar algo dessa forma. Vivemos um momento da literatura, em que a fantasia infanto-juvenil é, em grande parte, de frutos da grande árvore que é Harry Potter. Quantos e quantos autores não foram influenciados pelas aventuras do Trio de Ouro? Cabe a todos entenderem isso e deixarem de lado opiniões imbecis e de menosprezo a tantas histórias maravilhosas que surgiram nesses últimos tempos.

No geral, O Desafio de Ferro me surpreendeu bastante, tive problemas com outros livros da Holly Black, mas sempre que a autora trabalha em parceria com alguém, o negócio parece funcionar melhor (maior exemplo são As Crônicas de Spiderwick, em parceria com Tony DiTerlizzi). Não esperava tanto da história, mas ela conseguiu me capturar muito bem. Me envolvi com personagens, me animei com as batalhas e me surpreendi com as revelações. Com certeza, logo, logo teremos resenha do segundo livro da série: A Luva de Cobre, porque não me aguento de curiosidade pelo que está por vir.


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