sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Mangás de Horror #MêsdoHorror

Como falamos anteriormente, esse mês vamos começar a trazer para o blog um pouco dos quadrinhos e mangás que acompanhamos. E para esse mês do horror, trouxemos três mangás incríveis e bastante aterrorizantes até. Another talvez seja o mais conhecido e querido dos três, mas Uzumaki, com sua história que beira a insanidade é, para mim, o mais terrível dos três. Já o Clube do Suicídio é um mangá baseado num filme homônimo que causou uma tremenda polêmica pelo Japão, tornando-se, inclusive, um ícone no país.

ANOTHER


Sendo um dos mangás/animes mais comentados nos últimos anos, Another nos apresenta Kouichi Sakakibara, um garoto de 13 anos que devido a uma doença bastante grave, se muda para uma cidadezinha no interior do Japão, onde sua família paterna reside. Lá ele é matriculado na escola local, a Yomiyama North Middle School. Ainda no hospital, depois de uma internação, ele recebe a visita dos três líderes de sua classe; garotos misteriosos e bastante sérios. Ao iniciar o período letivo e chegar na sala de aula, Kouichi senta-se ao lado de uma cadeira velha, totalmente esquecida no canto da sala. Lá se senta uma garotinha que sempre usa um tapa-olho. Contudo, ninguém parece conhecê-la ou, ao menos falar com ela, além dele. E isso intriga bastante o garoto, que começa a querer descobrir quem é aquela garota, porque ela nunca e notada e o mais importante, se ela não seria um espírito. Além de tudo, uma maldição ronda a cidade, mais precisamente a sala de Kouichi, na qual vários alunos ou pessoas relacionadas a eles começam a morrer de maneiras surreais. Kouichi sabe que há uma ligação entre a garota e tudo isso, e ele irá em busca de respostas.


Não dá para negar que todos que leram ou assistiram Another tem um carinho especial por essa bela e misteriosa história de terror e morte. Misaki e Kouichi com certeza cativaram muitos, e a mim inclusive; os momentos de tensão, o mistério que ronda a sala 03, a construção dos personagens e do enredo são incríveis. Além, claro, de um traço de desenho lindo e cheio de sutilezas, que marcam bastante. 

Por fim, continuo dizendo que Another é um mangá muito bom e cativante. Com mortes que podem lembrar bastante de filmes como Premonição, o mangá/anime supera qualquer comparação ao trazer toda uma onda de mistério e investigação, o tornando completo. De certa forma, é assim que eu vejo Another, uma história completa, com um enredo muito bem orquestrado e um final bastante merecido e surpreendente, que até me fez parar e repensar em todo o restante da história, para ver se deixei algo passar.

CLUBE DO SUICÍDIO


Chamado no Japão de Jisatsu Circle, O Clube do Suicídio é conhecido pela imensa polêmica que causou desde o lançamento do filme e da subsequente publicação do mangá. Contudo, ele aborda e até mesmo estrapola um tema bastante recorrente quando se fala no Japão, país com o maior número de suicídios no mundo. Talvez seja por essa extravagancia que tanto filme como mangá ainda são mal vistos por muitos, mas mesmo assim, tornaram-se ícones do horror japonês.

A história do mangá é bastante diferente da mostrada no filme no qual o quadrinho foi baseado. A pedidos do próprio diretor, o autor Fulano da Silva desenvolveu um enredo diferente, mas que contivesse elementos do filme. O que surgiu foi um enredo bastante explicativo para toda a trama. Nessa história, assim como no filme, a cena inicial nos mostra o suicídio em massa de 34 garotas que se jogam nos trilhos do metrô e são instantaneamente destroçadas. Entretanto há uma sobrevivente Saya, uma garota que tem tendências depressivas e até mesmo doentias. Sua melhor amiga, Kyoko, é a narradora da história e através dela vemos como Saya tranformou-se profundamente desde que conheceu a Mitsuko, uma jovem enigmática que sempre era vista rodeada por outras garotas, como uma espécie de líder. 

Após o incidente e a recuperação de Saya, Kyoko continua sem entender porque elas fizeram aquilo. Sempre que tenta conversar com Saya sobre o assunto, a menina apenas fala que Mitsuko desejava aquilo, que ela queria que todas se jogassem. Não suportando mais o estado da amiga, Kyoko resolve investigar quem realmente era Mitsuko, e com a ajuda de um professor (O personagem mais feio e esquisito que já vi em um quadrinho) que vive fuçando a internet em fóruns esquisitos, ela vai descobrir mais sobre o passado, ao mesmo tempo em que vê sua amiga evoluindo de uma garota depressiva a uma nova líder, uma nova Mitsuko. O Clube do Suicídio está se formando novamente. 

Eu realmente amei a ideia e o enredo do mangá (ainda não pude ver o filme). Mas sim, ele tem algumas falhas, principalmente durante a explicação sobre outros Clubes do Suicídio formados anteriormente e sobre a figura da Mitsuko, a grande líder dos grupos. A meu ver, o mangá deixou isso um pouco vago, mas é de se pensar que é proposital. A percepção de Kyoko, sendo amiga de Saya, é pouca em relação ao que está acontecendo, então toda a descoberta feita é bastante superficial. 

Enfim, pouca coisa me desagradou em O Clube do Suicídio, temos uma história bem construída e personagens bem apresentados. Há diversos momentos que deixam o leitor bastante intrigado e tenso. As lembranças de Kyoko e os momentos finais do mangá são emocionantes e até surpreendentes. Quanto a essas cenas não há o que reclamar, são incríveis e o final te faz pensar bastante e pedir por mais. Porque a única certeza que ele te dá é que o Clube do Suicídio jamais vai acabar.

UZUMAKI


Uzumaki é, sem nenhuma dúvida, um dos mangás mais esquisitos que eu e muitos outros já lemos. A história é narrada em pequenos contos, de maneira que cada capítulo corresponde a um pequeno enredo. De maneira geral Uzumaki mostra como a cidade de Kurozu-cha é aterrorizada por espirais. SIM, A FORMA GEOMÉTRICA! Pode parecer bastante estranho e até mesmo idiota, mas a criatividade com que Junji Ito, o autor, constrói seu enredo é incrível.


Kirie é uma garota bastante comum que sempre viveu e estudou em Kurozu-cha, seu amigo e depois, namorado, Shuichi também mora na cidade e tudo começa quando a garota vê o pai de Shuichi observando um caramujo na parede de um beco. Com o passar dos dias ela descobre que o homem passou a colecionar absolutamente tudo que tivesse a forma de uma espiral. Shuichi sempre diz que seu pai anda bastante estranho e que sente que algo ruim rodeia a cidade, que ela está amaldiçoada. A situação começa a se mostrar grave quando a mãe de Shuichi joga fora todos os objetos em espiral da coleção do marido. Ao chegar em casa e descobrir isso, o homem enlouquece mas afirma não ter nenhum problema pois poderia fazer espirais com o próprio corpo. Ai surge uma das incríveis cenas memoráveis do mangá, onde o pai de Shuichi enrola a língua completamente, formando uma espiral. Dias depois, quando ninguém está em casa o pai recebe uma encomenda e quando Shuichi e sua mãe chegam notam a falta do homem. Ao entrarem na sala onde ele guardava suas espirais há um grande recipiente circular. Quando Shuichi o abre, o terror começa a mostrar do que é capaz e a maldição da espiral torna-se evidente.

A história avança e a cada nova história, vemos o poder maligno da espiral. Amigos e conhecidos morrendo das maneiras mais malucas e inimagináveis, acontecimentos  surreais e estranhos, tudo sendo o pano de fundo para um mal terrível que cobre a cidade. Kirie e Shuichi devem fugir da cidade o quanto antes e prevenir que algo extremamente macabro aconteça ao casal, contudo, será que a maldita espiral os deixará escapar, ou acabará atraindo eles cada vez mais para o centro de todo o mal? 

Como já falei a criatividade no desenvolvimento desse mangá é surreal. Todas as histórias são bem contadas e bem atadas, de modo que temos uma trama linear e bem centrada nos acontecimentos em Kurozu. Kirie e Shuichi são personagens bem desenvolvidos e os demais, mesmo com uma aparição reduzida, também são bem marcantes no decorrer das histórias.



Durante a leitura, confesso que senti um pouco de nojo em algumas partes, mas como toda história de horror, são esses momentos que mais marcam e dão o ar à trama. Um dos momentos mais grotescos, sem dúvidas, é quando um dos alunos da escola transforma-se em um caracol. É extremamente bizarro. Outra coisa bastante interessante é como as espirais são colocadas dentro das histórias, seja no fato de cobras de se enrolarem para acasalamento, ou no fato de os cabelos terem cachos em forma espiral. Tudo isso foi trabalho do autor que, como ele mesmo fala, passou bastante tempo obcecado, assim como seus personagens, pesquisando tudo o que podia sobre essa magnífica forma que é a espiral. Inclusive, ele chegou a formular uma teoria bastante interessante para o fato de todos os personagens que estão "contaminados" pela espiral quererem atenção toda para si. Confesso que não seria algo que eu imaginaria fácil.

Enfim, Uzumaki é uma leitura incrível para quem gosta de horror, além de um dos mangás mais incríveis que eu já li. Junji fez um trabalho de pesquisa bastante interessante e criou um enredo maravilhoso. Certamente ele conseguiu me prender bastante a forma, fui "contaminado" também. Uma forma tão comum, mas tão enigmática e significativa. Um mangá que atrai pelo surreal e prende você até o fim, que por sinal é desolante e incrível.

Um comentário:

  1. Eu não li tudo sobre o uzumaki pois fiquei curioso sobre o mangá! - evitar spoilers - gostei de todos, e começarei agora mesmo a ler Uzumaki. Obrigado, faz um tempinho que não encontrava mangás desse bons desse gênero. *-*

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